Cidade de Tremedal no Sudoeste da Bahia é destaque em matéria na Folha de São Paulo por extrema pobreza


A geladeira está encostada na parede da cozinha, mas não funciona. Mesmo se funcionasse, não teria muita serventia: na casa de José Santos Oliveira, 58, há apenas farinha, 300 gramas de arroz cru e pedaços de mamão verde. O cardápio de José, sua mulher e seus sete filhos foi apenas arroz na última segunda-feira (22).

A família de José vive no povoado de Araçá, na zona rural de Tremedal (600 km de Salvador). O município fica a 82 km de Vitória da Conquista.

Folha visitou quatro das famílias mais pobres dos povoados mais isolados de um dos municípios de menor índice de desenvolvimento humano do país —em relação ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Tremedal ocupa o 5.408º lugar dentre os 5.570 municípios brasileiros.

 

As famílias fazem parte do 1,8 milhão de beneficiários do Bolsa Família na Bahia. Em geral, o benefício federal é a única renda que eles têm para colocar comida na mesa. Mas o comum é que o dinheiro acabe com 15 ou 20 dias, resultando em dificuldades todo fim de mês.

Fincada entre o sudoeste da Bahia e o norte de Minas Gerais, Tremedal possui 17 mil habitantes e uma população em tendência de queda, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A queda é resultado da migração, caminho de muitos pais e mães de família diante da falta de trabalho —apenas 5% da população economicamente ativa da cidade possui um emprego formal. Das quatro famílias ouvidas pela reportagem, três têm filhos que moram e trabalham em São Paulo.

​Noilza Maria de Jesus tem 45 anos e dez filhos e mora no povoado de Tapiaconga. Da sede do município até lá são cerca de 50 km em estrada de terra, em um caminho com algumas casas isoladas e outros povoados. A única fonte de renda dela são os R$ 320 que recebe do Bolsa Família.

Ela mora em uma casa de adobe e cozinha em fogão a lenha a única refeição do dia: arroz e feijão. Na sua geladeira, que também não funciona, há apenas três tomates parcialmente podres, meia abóbora e um pote de maionese.

Espalhadas pelas prateleiras, há quatro garrafas pet com chás de folhas colhidas no quintal. Em uma garrafa menor, uma garapa com água e rapadura que Noilza dá para a neta de três anos quando a menina sente fome.

“Olha, moço, eu tenho vergonha, mas vou falar pra vocês. Muitas vezes falta [comida], semana passada mesmo faltou”, afirma Noilza.

Como não conseguiu comprar fiado nos armazéns do povoado, a solução foi colher uma mandioca no quintal e servir uma sopa rala aos filhos.

Pequena, a plantação que tem nos fundos da casa é apenas para subsistência. O solo pedregoso, a seca e a falta de assistência, contudo, fazem com que a colheita seja ínfima.

No mesmo povoado, José de Jesus Silva, 56, mora em uma casa simples com sua mulher, Maria Silva, 40. Ambos sobrevivem com R$ 180 do Bolsa Família.

Ele passou mais de duas décadas entre idas e vindas a São Paulo, mas, como não conseguiu um emprego fixo, acabou retornando à Bahia: “A idade vai ficando mais avançada, ninguém quer dar mais trabalho”, afirma.

Em geral, o cardápio da casa é apenas arroz e feijão. Muito raramente tem condições de comprar um frango ou uma calabresa. Carne, já não lembra a última vez que comeu: “Sempre falta [comida], e aí só Deus mesmo. Tem hora que o negócio é cruel.”

No povoado de Lagoa Preta, a 35 km da sede de Tremedal, Dalva Novaes Viana, 47, serve um prato com farinha e um pequeno pedaço de frango para a filha Marizete, 7.

Com ensino fundamental incompleto e sem nunca ter trabalhado formalmente na vida, ela se separou recentemente do marido que, segundo ela, é alcoólatra e a agredia.

Sem emprego e sem condições físicas de trabalhar no campo —sofre com constantes e fortes dores de cabeça—, passou a depender da ajuda dos irmãos para conseguir alimentar a família. Seus dois filhos mais velhos migraram para São Paulo, mas ainda não conseguem mandar dinheiro para ajudá-la.

“A comida aqui é contada. Normalmente é arroz, andu, farinha e às vezes um frango. Carne já faz mais de mês que não como”, afirma Dalva.

Ela diz ter vivido o momento de maior dificuldade quando ainda estava casada e o marido gastava em bebida até o dinheiro do Bolsa Família. “Precisava de minha sogra para conseguir um punhado de arroz ou um ovo.”

Distante 19 km da família de Dalva, José Santos Oliveira, 58, mostra a panela vazia em cima do fogão a lenha. Sua principal reclamação é a falta de trabalho, qualquer que seja.

“Isso aqui é um buraco, não tem nada. Muito raramente aparece uma diária de trabalho na roça”, diz. Os R$ 300 que sua mulher recebe do Bolsa Família, em média, duram 15 dias.

Quando o dinheiro acaba, os filhos seguem para o mato em busca de qualquer coisa que possa servir de comida. Na segunda-feira, conseguiram apenas pedaços de mamão verde, que serão cozidos sob o fogão a lenha.

Muitas vezes, conta José, somente a merenda escolar garante a alimentação diária dos filhos. O cardápio na escola, contudo,  não é dos mais nutritivos: “Uma hora é sopa, outra é chá com bolacha e às vezes não tem nada”.

A desnutrição se reflete no corpo magro e na baixa estatura dos filhos. No ano passado, um deles chegou a desmaiar na escola por falta de comida.

Ainda faltavam nove dias para o fim do mês e José dizia torcer por alguma ajuda de vizinhos ou da igreja até chegar agosto e a possibilidade de saque do Bolsa Família.

“Fazer o quê? Se não conseguir nada, a gente mistura a farinha com água e come assim mesmo. Roubar é que eu não vou.”


Suiça Brasileira! Monte Verde em Minas Gerais é o pedacinho da Europa no Brasil


Mansão Branca (Ponto turístico é atração em Monte Verde). A arquitetura europeia está presente em pousadas e hotéis de Monte Verde (Foto: Roberio Fernandes / Sertao em Dia / Fotojornalismo BHZ)

Conhecida como a “Suiça Brasileira”, Monte Verde em Minas Gerais é o pedacinho da Europa no Brasil. Localizada na Serra da Mantiqueira, divisa com São Paulo, a cidade atrai milhares de turistas pelo seu clima e pela sua arquitetura típica de alguns países da Europa, como casas de madeira que lembram muito os chalés. Isso se deve à influência dos povos da Letônia, país que fica na divisa da Rússia com a Alemanha. A maioria dos letos vieram para se refugiar no Brasil no período da 1ª Guerra Mundial.

O friozinho, que impera durante o ano todo, as paisagens da Serra da Mantiqueira e as hospedagens românticas fazem de Monte Verde (MG) a queridinha dos casais. Banheira de hidromassagem e lareira são itens quase obrigatórios nos quartos e nos restaurantes,  o fondue predomina.

Portal de entrada Monte Verde (Foto: Roberio Fernandes / Sertao em Dia / Fotojornalismo BHZ)

“Monte Verde é conhecida por ‘suíça brasileira’ por causa do clima que se aproxima muito do de países europeus. Em meados de julho a temperatura chega a registrar – 4ºC de acordo com o Instituto de Meteorologia. Quem visita Monte Verde se tem a sensação de clima europeu com a hospitalidade.

Hospedagem

Monte Verde conta com 200 locais de hospedagens, entre hotéis e pousadas, acessíveis para todos os bolsos. Há diárias a partir de R$ 150 e R$ 200 como também as que ultrapassam R$ 1 mil. Para quem gosta de sossego e quer esquecer a correria da cidade grande, muitas pousadas oferecem serviço de spa, com massagens e banhos relaxantes.

Monte Verde tem capacidade de atender variados tipos de público, como famílias que buscam momentos em união, casais que apreciam tranquilidade e romantismo e até mesmo jovens e amantes do ecoturismo. Tudo dentro do poder aquisitivo de cada um.

Pousada Chalé Caminhos das Pedras ( Avaliação 9,5 pelo Booking.com )

Localizados a pouco menos de 2 km do centro, a pousada oferece chalés independentes e distantes um do outro. Você pode deitar numa bela rede e apreciar um delicioso vinho enquanto descansa no belo jardim.
É servido um delicioso e completo café da manhã servido no quarto ou na sua varanda em meio a um  verde inigualável na companhia de simpáticos esquilos e muitos pássaros que vão fazer seu dia ainda mais colorido! O atendimento impecável por parte dos proprietários (D. Dirce e Sr. Jose Levino) faz com que os clientes se sintam em casa. A pousada conta ainda com chalés com hidromassagem e todos com lareira ao pé da cama.

 

Cervejaria e gastronomia

Monte Verde conta com uma fábrica que confecciona cervejas artesanais. São quatro funcionários responsáveis por produzir cerca de 40 mil litros de cerveja e chopp por mês. A cervejaria disponibiliza um tour para os turistas acompanharem o processo de fabricação em horários e dias variados da semana.

 

Gastronomia

Além de degustar um bom chopp, os pratos típicos alemães também agradam os turistas. O prato “Schlachtplatte” servido na cervejaria do distrito é um dos mais apreciados pelos turistas. Trata-se de um joelho de porco acompanhado de cinco tipos de salsichões alemães, batatas soutê e chucrute.

O prato pode ser apreciado com três tipos de mostarda de fabricação própria da casa e serve quatro pessoas. Caso seja um casal, o prato “Eisbein Completo” oferece os mesmo ingredientes, mas em versão menor. Quem aprecia as delícias, também pode acompanhar em tempo real através de um vidro a confecção das cervejas na fábrica.

Como sobremesa, os turistas podem apreciar os chocolates artesanais da Fábrica de Chocolates Gressoney, que oferece mais de 100 variações em forma de barras, trufas, bombons e o delicioso chocolate quente para se aquecer no melhor estilo europeu.

Foto: (Roberio Fernandes / Sertao em Dia / Fotojornalismo BHZ )

Ecoturismo:

Monte Verde também é certeza de muita aventura e diversão quando se trata de Ecoturismo. O ecoturismo garante adrenalina e diversão na terra, na água e nas alturas em meio à paisagem e ao clima frio da Serra da Mantiqueira. Entre as opções estão trilhas, passeio de quadriciclo, cavalos, megatirolesa, falcoaria e um lindo por do sol de tirar o fôlego.

Foto : (Roberio Fernandes / Sertao em Dia / Fotojornalismo BHZ)

Para conferir toda a galeria de fotos sobre Monte Verde , acesse a galeria no Portal Fotojornalismo BHZ.

www.portalfotojornalismobhz.com.br

Reportagem

Roberio Fernandes / Jornalista / Sertao em Dia / Fotojornalismo BHZ

Rosiane Guimaraes / Assessoria de Imprensa / Fotojornalismo BHZ

 

 


Duzentos galos são apreendidos e cerca de 150 pessoas são detidas por participar de rinha no interior da Bahia


Duzentos galos foram apreendidos e cerca de 150 pessoas foram detidas em flagrante, na tarde desta sexta-feira (26), por participar de uma rinha de galo, no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia.

Os donos dos animais foram levados para a delegacia da cidade e irão responder por crime ambiental. Já os apostadores devem responder por crime de jogos de azar.

As aves serão sacrificadas, já que não há um local adequado para abrigá-las.


Morre mulher atacada pelo ex-companheiro com ácido sulfúrico


Morreu, na noite da quinta-feira (25), a jovem Mayara Estefanny Araújo, de 19 anos, que teve o corpo atingido por ácido sulfúrico jogado pelo ex-marido e por um amigo dele na Zona Norte do Recife. A vítima estava internada no Hospital da Restauração (HR), no Centro da cidade, desde 4 de julho.

Acusados pelo crime, William César dos Santos Júnior, de 30 anos, ex-companheiro da jovem, e o amigo dele, Paulo Henrique Vieira dos Santos, de 23 anos, estão presos.

A unidade de saúde informou, nesta sexta-feira (26), que a jovem foi vítima de três paradas cardíacas e faleceu às 22h06. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Centro do Recife.

Além de ter o rosto e o pescoço atingidos pelo ácido, Mayara também teve os cabelos, o tórax e os membros superiores atingidos pela substância. O velório e o sepultamento deverão ocorrer em Limoeiro, no Agreste do estado, município em que vive a família da mãe dela.


Dinheiro de contrato superfaturado com empresa de energia eólica chegou ao PT da Bahia


O objetivo da 5ª fase da Operação Descarte, deflagrada nesta quinta-feira (25), era o de encontrar o destinatário de suposta propina movimentada em projeto de energia elétrica, de cerca de R$ 40 milhões, segundo a Receita Federal e a Polícia Federal. Por isso, a fase foi nomeada como “E o Vento Levou 2”.

Segundo as investigações, a CEMIG, que é a estatal de energia de Minas Gerais, teria feito um aporte de mais de R$ 800 milhões a uma empresa de energia eólica, a Renova, que fechou um contrato superfaturado em R$ 40 milhões com a empresa Casa dos Ventos. A partir disso, ainda de acordo com os delegados, o dinheiro passou a ser utilizado em contratos fictícios para ser lavado.

Os investigadores descobriram que parte desse dinheiro chegou às mãos de pessoas ligadas ao PT de Minas Gerais e da Bahia e ao PSDB de Minas Gerais.

Victor Hugo Rodrigues Alves, delegado da PF, afirmou que foram instaurados dois inquéritos policiais. “Um reservado à apuração do dinheiro que foi para essas pessoas vinculadas ao PT da Bahia e outro inquérito de pessoas e empresas vinculadas ao PT em Minas Gerais.”

Informações do G1/Globo