Criança rouba a cena em missa do Santuário Santa Dulce dos Pobres em Salvador


(Foto: Paula Fróes/ CORREIO)

 

A missa que marcou os dez anos do Santuário Santa Dulce dos Pobres, no Largo de Roma, em Salvador, teve um ator inesperado. Uma criança correu entre os bancos, se aproximou do altar e provocou risos. Longe de ser repreendido, o menino foi acolhido por funcionários e outros fiéis que o levaram de volta para a família.

Davi Coutinho, 3 anos, roubou a cena ao escapulir das mãos do avô e correr em direção ao altar. Primeiro, ele brincou entre os bancos, até avistar o frasco de álcool em gel. Um adulto tentou tomar e o menino ameaçou chorar, mas foi acolhido por um dos funcionários. Os olhos atentos não perdiam o movimento dos padres no altar e ele quase avançou sobre o incenso que um dos clérigos carregava, mas foi contido.

O menino tem intolerância à lactose e faz tratamento nas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A família é de Madre de Deus, na Região Metropolitana, e todos os meses precisa ir ao hospital. O avô do garoto, Antônio Carlos Neres, 68, contou que foi Davi quem pediu para ir à missa.

“A mãe ensinou para ele sobre Jesus, e sempre que vê uma igreja ele pede para a gente ir ver Jesus. Hoje, quando a gente estava saindo do hospital, ele pediu para vir, mas soltou da minha mão e eu não consegui segurar antes dele sair correndo”, contou o idoso.

A missa começou por volta das 8h30 e foi presidida pelo bispo auxiliar Dorival Souza Barreto Júnior. O cardeal dom Sérgio Rocha teve um mal-estar e não pode comandar a celebração que marcou os dez anos do Santuário. A sobrinha de Santa Dulce, a superintendente das Osid, Maria Rita Pontes, contou que o acolhimento é um ato de amor muito necessário atualmente.

“A gente só pensa no acolhimento na forma de abraço, mas Irmã Dulce dizia uma coisa que é a pura verdade, sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Isso faz bem ao coração de quem ouve e a alma de quem fala. Acredito que nesse momento de pandemia, em que a gente não pode se abraçar e se beijar, a palavra e o olhar passaram a ser o melhor instrumento que a gente tem para se comunicar com o outro”, disse.

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